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Lágrima: drinks e discos de vinil no listening bar da vez

Atrás de uma portinha escondida no centro de São Paulo, um salão de 40m2 e 24 lugares oferece curadoria de som e drinks autorais com história

“Don’t break me down, I’ve been travelin’ too long.” No toca-discos, Lana Del Rey embala o clima intimista do mais novo e escondido listening bar paulistano. Ok, ele está localizado em um dos mais hypados prédios da cidade hoje, o Renata, construção ícone dos anos 50, assinada por Oswaldo Bratke, que vem vivendo dias de glória após seu retrofit. Mas fica atrás de uma portinha com cortina no térreo, quase imperceptível, sem entrada pela rua. Para conhecedores apenas. Trata-se do Lágrima, 40 m2 de uma penumbra convidativa, 24 lugares, que nasceu para ser um bar de audição raiz – introspectivo, sóbrio, onde se ouvem boas músicas e boas conversas também.

 

A curadoria é de Gui Scott, DJ, colecionador de discos e cofundador do coletivo Gop Tun – às quintas e aos sábados há sempre um DJ convidado; nos demais dias, o set contempla o acervo de vinis da casa. Entre uma faixa e outra e um shot e outro, servido pelos simpáticos bartenders, vale provar coquetéis autorais ou releituras de clássicos com inspiração nipo-europeia da carta elaborada por Ciro Tupinambá a partir de pesquisa de Gunter Sarfert, entusiasta da coquetelaria. Na lista dos autorais, o Yokai leva bourbon, manteiga noisette, amaro, jerez oloroso, licor de umeboshi e Cynar 70, enquanto na dos clássicos o Marsala Martini é feito com gim roku, marsala seco, luxardo maraschino, faux picon e orange bitter.

 

Foto: Divulgação Lágrima Bar

 

“Queremos ser fiéis aos listening bares tradicionais. Hoje, por exemplo, Tóquio tem cerca de 300, e o estilo se propagou pelo mundo nos últimos 20 anos. Nesse movimento, Londres se consagrou como um grande berço e Paris vive uma cena muito forte”, diz Rafael Capobianco, um dos sócios, que é também dono do restaurante Cora e parte do quadro do Planta Inc, empresa em que atua ao lado de Guil Blanche. “Não é fácil nem barato empreender no centro de São Paulo, em edifícios abandonados ou de baixa ocupação. Mas, a gente quer dar um novo significado às coisas.” No caso do Lágrima, conseguiram.zz